jueves, 31 de enero de 2013

a máquina de fazer espanhóis



a máquina de fazer espanhóis

valter hugo măe
Carnaxide, Alfaguara, 2012, 287 págs.


valter hugo măe (Saurimo, Angola, 1971)es, además de poeta (su poseía completa está reunida en el volumen contabilidade, 2010) autor de una tetralogía de novelas que recorre, con personajes distintos, toda la trayectoria vital del ser humano desde la niñez a la ancianidad. a máquina de fazer espanhóis es el cuarto título (tras o nosso reino, o remorso de baltazar serapiăo y o apocalipse dos trabalhadores). En el siguiente párrafo de la novela, el protagonista, un anciano de 84 años, medita, entre la tristeza y la rabia, sobre la vejez.


“e só năo nos tornamos perigosos porque envelhecer é tornamo-nos vulneráveis e nada valentes, pelo que enlouquecemos um bocado, e somos só como feras muito grandes sem ossos, metidas dentro de sacos de pele imprestáveis que já năo serven para nos impor verticalidade nem nas mais pequenas batalhas. Como faria falta ferrarnos toda a gente e vingarmo-nos do mundo por manter as primaveras e a subitamente estúpida variedade das especies e as manifestaçōes do mar e a expectativa do calor e a extensăo dos campos e as putas das flores e das arvorezinhas cheias de passarinhos cantantes aos quais devíamos torcer o pescoço para nunca mais interferirem com as nossas feridas profundas”

No hay comentarios:

Publicar un comentario